Ao longo de O Naufrágio, as muitas personagens apresentadas por uma única atriz, se reiteram, se desviam, ou se contradizem ecoando, na indefinição dos limites entre o si mesmo e o outro, a dimensão em devir dos que sonham.
As Dimensões Visual e Acústica em O Naufrágio
Produção Sonora:
Paralelamente à música, à voz e à palavra, as possibilidades dinâmicas, tímbricas e de espacialização do sistema de som 7.1 utilizado permite tanto a atualização no som da tempestade no início da peça, de diversas personagens e de dos entornos acústicos que as falas das tres mulheres, criadas por Pessoa, evocam ao longo da mesma.
A materialidade e a potencia da Dimensão Acústica são protagônicas
Cenografia: Duas telas assimétricas remetem a velas de um barco ou a paredes de um quarto. Compondo um ângulo de aproximadamente 120o entre si são, ao mesmo tempo, cenografia e telas para as imagens das três mulheres de O Marinheiro, e para Miranda e Milagros
No final de O Naufrágio é também revelada, à direita do publico, uma reprodução em miniatura do cenário que apresenta, em um dos seus painéis, um novo ‘palco’ dez vezes menor e exatamente igual ao primeiro. Esse ‘palco mínimo’ e as ‘cenas’ que ele abriga, intensificam mais ainda o infindável jogo de espelhos proposto pela encenação.
Caracterização: Os figurinos em tons de magenta e laranja da única atriz em cena (ao vivo e no vídeo), destacam-se da cenografia, onde predomina o branco. Em Miranda e nas três Mulheres, a leveza do desenho, dos tecidos e dos penteados remetem ao art-nouveau. Em calça jeans de veludo e blusa de algodão, a aparência de Milagros se vincula a de todas as outras personagens pela fisionomia de atriz, as cores de suas roupas e um pequeno chalé, igual ao das três mulheres no vídeo. Moças, mulheres, fadas, princesas ou sereias, a aparência das personagens não indica um tempo e espaço definido.
Vídeo na cena: Além de concretizar o efeito de multiplicidade das personagens o vídeo
O vídeo é parte integrante da cena. Os processos de reprodução, de edição, de montagem e de manipulação que o vídeo permite ampliam as possibilidades do tempo cênico servem, comentando ou ironizando a respeito dos jogos com o tempo e o espaço na peça.
Iluminação: A luz
Temporada 2010
Ficha Técnica
Encenação: Silvia Davini
Elenco:
Cenografia, Figurino e Objetos de Cena:
Produção e Edição Sonora: César Lignelli
Produção e Edição de Imagens: Tiago Torres
Operação de Som e Imagens: César Lignelli
Iluminação e Operação de Luz: Camilo Soudant
Execução Técnica:
Programação Visual: Thiago Sabino
Assessoria de Imprensa: Amanda Guerra
Teatro Helena Barcelos
Universidade de Brasília
De 30 de setembro a 17 de outubro de 2010
Quinta, Sexta e Sábado às 21 horas e Domingo às 20 horas
Entrada Franca – 60 lugares
Distribuição de Senhas a partir das 19:00 horas
Duração do espetáculo: 1 hora e 6 minutos
Classificação etária: livre